terça-feira, 28 de setembro de 2010

A 1ª Sessão de QT



Eu estava tranqüila à espera do começo do tratamento, só a demora que me deixava um pouco aflita, afinal foi mais de um mês pra conseguir fazer todos os exames, inclusive o tal do PET-Scan, que é um exame bem detalhado que só fazia em São Paulo, e a biópsia da medula óssea, que é necessária para saber se o linfoma não se infiltrou na medula e, só para ajudar, é beem dolorida. Enquanto isso, levava minha vida normal esperando começar, trabalhava, namorava e me divertia. Não sentia nada, nem parecia que tinha uma doença tão grave. Até chegar a véspera da 1ª sessão. Nossa, fiquei muito nervosa, com medo de como meu corpo ia reagir, se ia passar muito mal. Todo mundo que me conhece sabe o quanto eu gosto de uma cervejinha e foi ai que eu me refugiei. Nem adianta me crucificar ou dizer que eu não devia ter feito isso, disso eu sei muito bem. Alias, por favor, não façam isso em casa. Mas eu estava com muito medo e não queria demonstrar isso pra ninguém, daí comecei a tomar pra esquecer. Fiquei muito mal no domingo, véspera da sessão, e graças a Deus que tenho meu noivo lindo que cuidou de mim e me colocou pra dormir cedo.
Acordei tão nervosa quanto fui dormir, achava que ia explodir de chorar a qualquer momento. Era dia 09/08/2010, exatamente dois meses depois de encontrar o lindo caroço no meu pescoço. Cheguei no CPO (Centro Paulista de Oncologia) de Presidente Prudente e fui logo começar a sessão. Quando estava esperando passar mal no primeiro sorinho que a enfermeira trouxe, daí ela me disse que só era soro, isso mesmo, aquele pra hidratar. Até aliviou. E depois veio outro sorinho que ainda não era a quimio, eram remédios para náuseas e anti-alérgicos. Só no terceiro soro, na cor vermelha, que ela informou que era a quimio e informou também que era aquele medicamento que fazia meus cabelos ruivos e chapados caírem. E depois do vermelho, vieram outros três ou quatro soros que também eram quimio e a cada minuto esperava começar a passar mal. E nada. Nada mesmo. Nenhum efeito colateral durante a sessão. Depois dos medicamentos, só mais um remédio para náuseas. E acabou. Nossa nem acreditei, quando ela falou que tinha acabado. Foram umas quatro horas, mas nem vi a hora passar. 
Meu medico achou melhor eu internar, mais pela parte psicológica que pela parte física. Eu e minha mãe achamos melhor também, estávamos com medo de chegar em casa e tudo piorar e ter que voltar correndo pra Prudente (pra quem não sabe, moro numa cidade pequena no interior de São Paulo, Martinópolis, e tenho que recorrer a cidade vizinha para fazer o tratamento). Mas ocorreu tudo bem no hospital, só inchei um pouco, rosto e mãos, mas só. Fiquei uns 2 dias e saí. No fim, vi que não foi nada demais, não foi um bicho de sete cabeças como eu achava que era.
Depois de alguns dias, surgiram dois probleminhas que me chatearam muito. Um foi uma inflamação no dente que me deu muuuuita dor, noites mal dormidas e nada de comer por uns dois dias, só descia liquido. A outra foi mais dores, mas dessa vez foram do tipo cólica, pois meu querido intestino decidiu ficar preguiçoso, ou melhor, parado mesmo. Mas tudo devidamente medicado e sarado. Daí, só faltou colocar um cateter, o porth a cath, um aparelhinho que coloca na altura do peito que recebe os medicamentos e assim preservam as veias, pois depois de algumas sessões, elas acabam ficando fraquinhas e difíceis de punsionar. Optei por colocar antes de começar o tratamento, mas o convenio demorou pra autorizar e acabei colocando só depois da 1ª sessão. E lá vai eu mais uma vez internar pra cirurgia pra colocar o cateter. Só foi meio desagradável a sensação de voltar de uma anestesia geral, mas do resto, tudo certo.

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brigadinha pelo comment.
bjuu